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Quem sou eu

Rio de Janeiro, Brazil
Eu sou Vanessa Provietti, tenho 30 anos, sou carioca, sou loira, sou leonina e tricolor. Mais uma apaixonada por palavras e quando grito em silêncio: escrevo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Heróis também morrem !

  

  Havia um homem que apesar do começo mal, teve uma vida digna, com amigos, filhos, mulheres e netos. (Afinal, isso é muito do que os seres esperam, não é?!)
Ele tinha seus princípios, costumes, suas marcar de corrupções feita pelo meio, suas crenças como qualquer bom homem, valores que os outros feriram, mas que nada foi capaz de tirá-los.
Esse homem foi o pai da minha mãe, meu avô e acho que poucas vezes senti tamanha soberba em pronunciar a palavra, talvez porque às vezes a gente senti uma alegria maior ao lembrar que apesar do caos que anda o mundo, ainda existem as boas origens e eu tenho orgulho das minhas. Eu disse “foi um bom homem” porque ele acaba de partir, partir para esse destino complexo, talvez um milagre, talvez a última opção, que é a morte. E ele se foi dormindo, então sinto gratidão, porque ele merecia um bom fim!
   Durante sua vida ele vivenciou traições, seduções, casamentos, teve filhos, lutou o quanto foi necessário para protegê-los, para transmitir valores, acho que fez um bom trabalho, sabe? Ele teve netos os quais cuidou como filho, teve amigos que apesar da falta de lealdade de uns não destruíram sua busca pela amizade. Teve amores que apesar da traição não deixaram de ter importância e lhe deixarem uma parte bonita em sua historia. Ele teve filhos que os admiram muito, e uma filha que chorou como uma criança, uma criança crescida, então eu tive fascínio pelo quão especial esse homem foi e que, certamente, ele deixou uma boa historia aqui, ele teve um grande papel no teatro da vida. E acredito que quando a gente tem uma boa passagem, quando deixamos saudades, fazemos à diferença, a gente continua vivo de alguma forma, isso é o pouco que eu concluo de mortes.
   Entretanto, ele morreu com um mal chamado “Alzheimer”, e isso é intrigante, porque eu me importo tanto com fazer historia. Será que ele lembra sua importância nas vidas alheias ou o quanto essas vidas tinham na dele? Será que ele teve ciência em alguma parte da sua memória de que ele sim pode ir em paz?
   Nessas horas eu percebo que tem algum sentido dedicar nossas vidas a outras vidas, porque a gente pode não ter monumentos em nossa homenagem, mas é extremamente gratificante olhar para trás e ter historias para contar, saber que vão sentir saudades da gente, ser herói por ter um fim memorável, é ser monumento em alguns corações!
Agora olhando para a minha mãe, concluo que ele foi um bom amigo, bom pai, um bom homem e que os heróis também morrem. E espero apenas que nesse momento o mundo para ele tenha sido cheio de maravilhas.




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