Estou
em meu quarto imersa em pensamentos, lembranças e muitas, muitas suposições.
E
isso tudo graças a uma voz falecidamente revivida ao telefone e um silêncio
frustrantemente inatingível.
A
questão é que por mais que eu esteja bem e muito do que eu sinto tenha mudado,
há ainda uma porcentagem mesmo que pequena de você aqui – em mim, e enquanto
ela existir qualquer indício de presença tua vai surtir efeitos inesperados e eu
vou precisar continuar negando lugares em que você esteja por receio do que
você possa causar ou reviver - em meu coração. Mas às vezes tenho tantas
certezas do quanto são apenas lembranças, do quanto eu estou alegre pelo jeito
que as coisas estão e do quanto, apesar do detestável silencio, a outra
presença tem predominado nas estáticas de porcentagens, que eu desejo que você
apareça, apareça para fazer estrago, só para eu pensar “obrigada, mas não mais,
é que eu prefiro a lembrança de você ter sido uma grande descoberta do que a
terrível culpa de ter sido você o pivô do “não ter dado certo”.”
Eu
gosto das coisas como estão, é bom saber que se alguém perguntar “qual foi seu
primeiro amor?” Eu vou pensar em você, mesmo que responda: Meus pais, né? – é
bom saber que é em você que eu vou pensar, do que por você eu senti que eu vou
lembrar. E se algum dia você me perguntar o “por que foi tão especial?“
Eu
certamente responderei: por você nunca ter ficado sabendo!
Em
meio a pensamentos, lembranças e suposições, ainda sim, gosto da vida do jeito
que está, é bom ter sede de novo, sabe?
E
ao calhar de tantas indagações, me pergunto se
eu mudaria qualquer coisa nesses anos de vida, e com toda certeza, sem medo
algum de errar respondo: sim, apenas não poder repetir.
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